quinta-feira, 31 de março de 2016

Manoel de Barros

Manoel de Barros

Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiabá em 19 de dezembro de 1916, filho de João Venceslau Barros, capataz com influência naquela região. Mudou-se para Corumbá onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense. Atualmente mora em Campo Grande Tinha um ano de idade quando o pai decidiu fundar fazenda com a família no Pantanal: construir rancho, cercar terras, amansar gado selvagem. Manoel era chamado carinhosamente de Nequinho.

 Com oito anos foi para o colégio interno em Campo Grande, e depois no Rio de Janeiro. Não gostava de estudar até descobrir os livros do padre Antônio Vieira: "A frase para ele era mais importante que a verdade, mais importante que a sua própria fé.

Manoel de Barros Escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade quando ainda estudava no Colégio São José dos Irmãos Maristas, no Rio de Janeiro, cidade onde residiu até terminar seu curso de Direito, em 1949. Como já foi dito, mais tarde tornou-se fazendeiro e assumiu de vez o Pantanal.

Seu primeiro livro  foi publicado no Rio de Janeiro, há mais de sessenta anos, e se chamou "Poemas concebidos sem pecado". Foi feito artesanalmente por 20 amigos, numa tiragem de 20 exemplares e mais um, que ficou com ele.

Hoje o poeta ?reconhecido nacional e internacionalmente como um dos mais originais do século e mais importantes do Brasil.

Numa entrevista concedida a José Castello, do jornal "O Estado de São Paulo", em agosto de 1996, ao ser perguntado sobre qual sua rotina de poeta, respondeu:

"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que chamo 'lugar de ser inútil'. Exploro há 60 anos esses mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc. Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos, frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente e namorou a mulher de outro homem". Está no livro "Vozes da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que na ponta de meu lápis tem um nascimento.
     

                               Obras publicadas no Brasil:

1937 — Poemas concebidos sem pecado

1942 — Face imóvel

1956 — Poesias
1960 — Compêndio para uso dos pássaros

1966 — Gramática expositiva do chão

1974 — Matéria de poesia

1982 — Arranjos para assobio

1985 — Livro de pr?coisas (Ilustração da capa: Martha Barros)

1989 — O guardador  das águas

1990 — Poesia quase toda

1991 — Concerto a céu aberto para solos de aves

1993 — O livro das ignorãças

1996 — Livro sobre nada (Ilustrações de Wega Nery)

1998 — Retrato do artista quando coisa (Ilustrações de Millôr Fernandes)

1999 — Exercícios de ser criança

2000 — Ensaios fotográficos

2001 — O fazedor de amanhecer (infantil)

2001 — Poeminhas pescados numa fala de João

2001 ?Tratado geral das grandezas do ínfimo (Ilustrações de Martha Barros)

2003 ?Memórias inventadas  (A infância) (Ilustrações de Martha Barros)

2003 — Cantigas para um passarinho ?toa

2004 — Poemas rupestres (Ilustrações de Martha Barros)

2005 ?Memórias inventadas II (A segunda infância) (Ilustrações de Martha Barros)

2007 ?Memórias inventadas III (A terceira infância) (Ilustrações de Martha Barros)


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